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Enterprise Discounted Cash Flow

janeiro 20, 2010

Neste post vamos discutir algumas vantagens e desvantagens do Enterprise discounted cash flow (Enterprise DCF), como calcular o valor de uma empresa através do Enterprise DCF, como encontrar o dos fluxos de caixa livre e explorar superficialmente a estimativa do WACC (Weighted Average Cost of Capital).

Numa idéia geral, podemos dizer que o Enterprise DCF estima o valor de uma empresa através da soma dos fluxos de caixa livre descontados pelo WACC. O valor estimado por este modelo é chamado de Enterprise value ou valor das operações. Este valor é parte dos acionistas (equity) e parte das fontes de dívida (debt). O fluxo de caixa livre é o resultado operacional mais os itens não-caixa, menos investimentos em capital de giro, imobilizado e outros ativos. O WACC é uma taxa média dos custos de financiamento da empresa. A figura abaixo ilustra de maneira geral a idéia do Enterprise DCF.

Vantagens e Desvantagens

O modelo Enterprise discounted cash flow (Enterprise DCF) é um método bastante utilizado para calcular valor de uma empresa. Entre algumas de suas vantagens podemos citar:

  • O modelo estima com base nos componentes que geram valor à empresa;
  • Este modelo ajuda a identificar as variáveis com maior impacto na criação de valor;
  • Pode ser utilizado em diferentes níveis de agregação, isto é, seja um grupo de empresas ou cada empresa estimada individualmente.

Como calcular o valor de uma empresa com Enterprise DCF?

O valor da empresa será o fluxo de caixa livre projetado descontado pelo WACC. A equação abaixo representa o modelo:

A questão mais complexa deste modelo esta em projetar o fluxo de caixa livre e estimar o WACC. Como conteúdo sobre projeção de fluxos e taxa de desconto é amplo, neste post apresentaremos como encontrar os fluxos de caixa livres e superficialmente a estimativa do WACC.

O fluxo de caixa livre é a soma do fluxo de caixa operacional e do fluxo de investimento. De outra maneira, podemos dizer que é o resultado operacional mais os itens não-caixa, menos investimentos em capital de giro, imobilizado e outros ativos. Ainda outra leitura possível é o considerá-lo como fluxo de caixa disponível para o pagamento das fontes de financiamento, isto é, a dívida e os acionistas. Um exemplo fará a compreensão melhor:

No exemplo da Petrobras acima, o Lucro Operacional refere-se as receitas operacionais menos todos os custos e depesas operacionais. A depreciação/amortização e perda na recuperação de ativos são somados de volta, pois são itens que não geram fluxo de caixa. O EBITDA ou LAJIDA(Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization ou Lucro Antes dos Juros, Impostos, Depreciação e Amortização) é a medida de resultado operacional que gera caixa. Somamos a variação no capital de giro e aumento ou redução de outros ativos para encontrar o fluxo de caixa operacional. Finalmente, os investimentos (CAPEX) e dividendos para encontrar o fluxo de caixa de investimentos. A soma desses dois fluxos é chamado fluxo de caixa livre.

O WACC é o custo ponderado das fontes de financiamento da empresa. Em outras palavras, é uma taxa de desconto ponderada pelo custo do capital oriundo dos acionistas (Ke – cost of equity) e o custo da dívida (Kd – cost of debt). O WACC pode ser expresso pela equação abaixo:

O cost of equity é estimado através do CAPM (Capital Asset Pricing Model), modelo que estima o retorno esperado pelos acionistas dado risco e custo oportunidade de investir em outro ativo. O cost of debt é uma média dos custos dos financiamentos da dívida.

A idéia geral do post era apresentar o modelo e os componentes do Enterprise DCF. Espero que tenha sido útil e espero seus comentários de como posso melhorar sua compreensão sobre este tema.

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Introdução ao fluxo de caixa descontado (DCF)

outubro 21, 2009

O método de avaliação por fluxo de caixa descontado (discounted cashflow – DCF) avalia o valor de um ativo como a soma de todos os fluxos de caixa futuros descontados a valor presente.  A figura abaixo ilustra a idéia geral do método.

Avaliação por fluxo de caixa descontado

Enquanto a descrição parece simples, prever os fluxos de caixa e encontrar uma taxa de desconto apropriada pode tornar se uma tarefa um tanto complexa em alguns casos. Por exemplo, avaliar um ativo de renda fixa com vencimento único determinado e taxa de juros fixa é menos complexo que avaliar uma empresa multinacional formada por um conglomerado de indústrias atuantes em diversos setores. A complexidade está em prever os fluxos de caixa e determinar a taxa de desconto.

De todas as maneiras, a base conceitual é sempre a mesma: Valor Presente Líquido (VPL ou Net Present Value – NPV)! Veja a fórmula abaixo.

Valor Presente Líquido

De acordo com a base do DCF descrita na fórmula acima, a soma dos fluxos de caixa futuros descontados por uma taxa de juros determina o valor atual (ou presente) do ativo. Esta fórmula pode ser aplicada a qualquer ativo que gere fluxo de caixa.

Entre os três métodos mencionados no post Métodos de avaliação – Valuation, o método de DCF é a base para boa compreensão dos outros dois. Tanto para avaliar através de múltiplos ou de opções reais é preciso compreender os fundamentos que sustentam a avaliação por DCF. Estes fundamentos são os determinantes dos fluxos de caixa e da taxa de desconto. Entre os principais fundamentos podemos citar: risco, taxa de juros, crescimento, demonstrações financeiras, estrutura de capital, etc.

Avaliações possuem premissas sob o futuro. Para determinar o valor de um ativo existem expectativas e previsões que precisam ser assumidos. Por isso, é natural que haja um viés de cada avaliador ao escolher a fonte dessas premissas.

Este post é apenas uma introdução geral. Se você quiser compreender melhor DCF, dê uma olhada nos posts a seguir:

Métodos de avaliação – Valuation

Enterprise Discounted Cash Flow

Fluxo de caixa – definições

Métodos de avaliação – Valuation

outubro 13, 2009

Há uma grande diversidade de modelos de avaliação no mercado. Estes modelos usam diferentes premissas e pressupostos que influenciam no valor final a ser determinado. Contudo, através de uma visão mais macro desses modelos, é possível encontrar características semelhantes que nos permitem classificá-los de uma forma mais abrangente.

Através de uma visão mais abrangente podemos classificar os modelos de avaliação em 3 métodos. Estes métodos são:

  1. O fluxo de caixa descontado (ou discounted cashflow – DCF) determina o valor da empresa através da soma do valor presente dos fluxos de caixa futuros.
  2. A avaliação por múltiplos, como o próprio nome já diz, utiliza múltiplos calculados a partir da divisão entre duas variáveis financeira e/ou económicas. Para que se possa determinar o valor de ativos semelhantes, esses múltiplos devem ser calculados sobre ativos comparáveis. 
  3. Opções reais utiliza modelos de precificação de opções para mensurar o valor de ativos que tenham características de opções.

Embora existam esses 3 métodos de avaliação, o método de fluxo de caixa descontado (DCF) é a base para os outros métodos. Para fazer uma avaliação por múltiplos, é preciso entender os fundamentos do DCF. Para utilizar o método de opções reais, é preciso iniciar com DCF. Por isso, absorver os fundamentos do método DCF é a base para utilizar e compreender os outros métodos.